Empresa fantasma e 'laranjas': esquema de empresários do DF sonegou mais de R$ 15 milhões em impostos
19/11/2025
(Foto: Reprodução) Polícia desarticula esquema de empresário do DF que sonegou mais de R$ 15 milhões
A Polícia Civil deflagrou uma operação contra uma rede de padarias e farmácias do Gama, no Distrito Federal, que usava um esquema com empresas fantasmas e "laranjas" para sonegar impostos.
O esquema utilizado pelos empresário sonegou R$ 15,5 milhões em impostos entre 2017 e 2022.
Oito pessoas ligadas ao grupo foram alvo de mandados de busca e apreensão.
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Em nota, a defesa do grupo negou as irregularidades e informou que estão "tomando todas as medidas judiciais cabíveis para demonstrar a improcedência das acusações" (leia na íntegra abaixo).
Empresas fantasma e laranjas
Rede de padarias e farmácias no alvo da PCDF
Reprodução/PCDF
Segundo a polícia, o esquema consistia no uso de maquininhas de cartão de crédito registradas em uma empresa fantasma e no nome de dois laranjas.
Apesar de registradas a cadastros falsos, as maquininhas eram utilizadas pelas padarias e farmácias existentes. Neste sentido, a sonegação ocorria de duas formas:
os tributos da “empresa fantasma” não eram recolhidos;
o faturamento das empresas dos beneficiários do esquema, onde as máquinas de cartão eram utilizadas, sofreu redução artificial, resultando em sonegação dos impostos.
"Ficou comprovado que a “empresa fantasma” era operada, na realidade, por alguns dos sócios e responsáveis da mencionada rede de padarias e farmácias", informou a PCDF.
PCDF deflagra esquema de sonegação de impostos no Gama
Reprodução/PCDF
A polícia chegou até os suspeitos através da Receita do Distrito Federal, que informou sobre os CNPJ's suspeitos de fraudes.
Segundo as investigações, os valores arrecadados pelos CNPJ's eram incompatíveis e desproporcionais com as movimentações dos dois laranjas, que, na verdade, eram motoboys.
O contador do grupo empresarial é apontado como o responsável pelo "esquema" de sonegação, ele possuía parentesco familiar com os dois motoboys usados como laranjas no esquema.
Busca e apreensão
No âmbito desta operação, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas regiões do Gama, Santa Maria, Ceilândia e Valparaíso de Goiás. Os alvos foram oito pessoas:
os seis sócios reais do grupo empresarial;
os dois motoboys usados como laranjas; e
o contador do grupo.
Uma pessoa também foi presa em flagrante por ter uma arma de fogo sem registro. A prisão, contudo, não teve relação com a operação.
Seis carros foram apreendidos durante as buscas
Reprodução/TV Globo
Além do bloqueio de bens, foram apreendidos seis veículos durante as buscas. De acordo com a PCDF, os investigados podem responder por até cinco crimes:
sonegaçã fiscal;
falsidade ideológica (os laranjas, os sócios reais e o contador);
lavagem de dinheiro;
associação criminosa;
organização criminosa.
O que diz a defesa da Rede Sayonara
"O escritório PENHA ALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS, na qualidade de representante legal das rede de Padarias e Farmácias, vem a público, em nome de sua cliente, prestar os seguintes esclarecimentos sobre a "Operação Bethlehem", deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta quarta-feira (19).
Nossa cliente recebeu com surpresa a referida operação e refuta veementemente as suspeitas de práticas ilícitas veiculadas. A empresa pauta suas atividades pela estrita legalidade e transparência, mantendo um histórico de rigoroso cumprimento de suas obrigações fiscais e regulatórias.
Informamos que as redes de Padarias e Farmácias já se colocaram à inteira disposição das autoridades e estão colaborando ativamente com o andamento das investigações, fornecendo toda a documentação e as informações solicitadas para o completo esclarecimento dos fatos.
Como defesa técnica, estamos tomando todas as medidas judiciais cabíveis para demonstrar a improcedência das acusações. Confiamos plenamente no sistema de Justiça e temos a convicção de que a inocência de nossa cliente será inequivocamente comprovada ao final do devido processo legal.
No momento, não faremos mais declarações sobre o caso para não interferir no trabalho das autoridades."
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