Gasolina ficou mais cara em 56 postos do DF após Petrobras reduzir preço, diz Procon
10/07/2025
(Foto: Reprodução) Empresários terão 10 dias para justificar remarcação; multa pode chegar a R$ 55 mil. Na última semana, Lula reclamou de preços e ministro de Minas e Energia pediu apuração. Procon vê aumento 'sem justa causa' no preço da gasolina
Fiscalização do Procon do Distrito Federal identificou 56 postos de combustíveis em que a gasolina ficou mais cara nas últimas semanas, em relação ao começo de junho – mesmo com a redução de R$ 0,17 por litro nos preços praticados pela Petrobras.
Segundo denúncias, houve um aumento repentino na última quinta-feira (3), e vários postos passaram a adotar o mesmo preço: R$ 6,89 por litro de gasolina.
Os fiscais visitaram 81 postos espalhados pelo DF. Desses, segundo o Procon-DF:
25 não tinham reajustado o valor da gasolina;
56 apresentavam um valor de venda ao consumidor final, na bomba, considerado "não justificável".
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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os donos desses postos terão prazo de dez dias para se defender e apresentar a justificativa dos preços. Caso contrário, podem ser multados em até R$ 55 mil.
O sindicato dos donos de postos afirmou à TV Globo que tem orientado os empresários a apresentar as notas fiscais ao Procon. E diz que, muitas vezes, aumentos anteriores ficam "represados" e são repassados ao consumidor de uma vez.
O diretor do Procon-DF afirma que as notas fiscais apresentadas pelos postos não justificam o preço que vinha sendo praticado.
"Nós podemos constatar nas notas fiscais de venda das distribuidoras, que houve uma flutuação de apenas entre dois e cinco centavos no preço da gasolina. E já esses postos tiveram um aumento expressivo de quase 50 centavos no líquido da gasolina", explica o diretor do Procon-DF, Marcelo Nascimento.
Governo federal pediu apuração
No início da semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já tinha pedido aos órgãos de fiscalização que apurassem o aumento dos preços no Distrito Federal e em Minas Gerais.
“Não aceitaremos distorções injustificadas que penalizam o povo brasileiro. Esperamos que os órgãos competentes apurem os fatos e atuem com firmeza para garantir um mercado de combustíveis mais justo, transparente e equilibrado”, afirmou Silveira na terça (8).
Além do Procon do DF e de Minas, o ministério acionou a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon).
Dias antes, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou do preço da gasolina na capital.
"É preciso levar em conta que nem quando a Petrobras baixa [o preço do combustível], muitos postos não reduzem. Estavam me dizendo que em Brasília teve um posto que aumentou R$ 0,50. Isso não é possível", declarou Lula.
Lula cobra fiscalização para impedir que postos vendam gasolina mais cara do que o devido