Jovem que teve síndrome rara que gera necrose na região genital já tem data para cirurgia

  • 30/07/2025
(Foto: Reprodução)
Renato de Sá anuncia data em que fará cirurgia, no DF O jovem de Brasília, que foi diagnosticado com Síndrome de Fournier em janeiro deste ano, anunciou em suas redes sociais que vai, finalmente, fazer a cirurgia para reconstrução do trânsito do trato intestinal e retirada da bolsa de colostomia (veja vídeo acima). Renato de Sá, de 30 anos, contou com uma campanha de doações, que reuniu R$ 35 mil. Ele será operado no dia 13 de agosto. Ao g1, ele disse que está animado com a notícia. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. "Estou vivendo um mix de ansiedade e nervosismo. Ainda sem acreditar. Estou muito feliz que está tão perto do fim. Mas também com medo, por ser mais uma cirurgia, e toda cirurgia tem seus perigos", diz Renato. 🔎 Síndrome de Fournier: infecção bacteriana que acomete a região genital e causa a morte dos tecidos da área. A cirurgia está disponível na rede pública, mas a fila de espera é grande. Segundo Renato, a estimativa oficial é de uma demora de até três anos. No hospital particular, não há fila – mas o custo da cirurgia é alto em razão da complexidade. "Tem chance de precisar de internação em UTI, bolsa de sangue, mais materiais, caso ocorra algum imprevisto. Então, o gasto inicial é de R$ 35 mil", explicou Renato. Renato conseguiu marcar o procedimento com mais rapidez depois de fazer uma campanha, através de suas redes sociais, para arrecadar doações. "Em menos de 15 horas, a gente bateu [a meta], foi bem impressionante. Eu não conseguia parar de chorar, porque na minha cabeça essa cirurgia ia demorar dois anos. E vou poder fazer mês que vem", comemorou em um vídeo nas redes sociais. "Eu só tenho a agradecer por todos que me ajudaram. Eu tô muito feliz. Mal tô acreditando, que já tem data marcada para esse pesadelo chegar ao fim. Vai dar tudo certo. Já deu", comemora Renato. Relembre o caso Renato de Sá descobriu que estava com Síndrome de Fournier, durante férias com a família, em Brasília arquivo pessoal Em plena viagem de férias, voltando ao Brasil após uma temporada no exterior, Renato foi diagnosticado com a doença rara. Segundo ele, o desconforto começou no dia 21 de janeiro – mas começou a piorar rapidamente. Ele chegou a ir em unidades de pronto-atendimento (UPAs) e recebeu orientações de medicação, mas a síndrome ainda não tinha sido identificada. "Foi horrível. A dor foi só aumentando. Não conseguia mais sentar direito, só ficar deitado. Eu estava em Goiânia e fui em uma UPA de lá. E eles só passaram remédio para dor na veia. Aí eu voltei para Brasília, e fui direito para o Hospital de Base. Lá eu já cheguei chorando de dor, de cadeira de rodas", conta Renato. Menos de uma semana depois do primeiro sintoma, no dia 27, a infecção já havia se alastrado – e as dores tinham se tornado insuportáveis. No Hospital de Base, Renato recebeu o diagnóstico que mudaria tudo em sua vida. "Eles falaram que eu estava com essa infecção bacteriana. Eu só queria que a dor passasse. Fiquei muito assustado com tudo. Não estava entendendo o que estava acontecendo comigo. E com a dor eu acho que desassociei um pouco, porque só lembro de entrar gritando na sala de cirurgia e pedir pelo amor de Deus para fazerem aquela dor parar. Foi quando me sedaram", relembra. No momento da primeira cirurgia, Renato já estava em estado de sepse, e por isso corria risco de morrer. "A primeira cirurgia, que eu só tinha 5% de chance, foi só para salvar a minha vida". "A segunda cirurgia foi quando eles tiraram toda a pele necrosada pela bactéria e colocaram uma bolsinha de colostomia em mim. A partir daí, eu fiquei quatro dias na morfina para aguentar a dor, sem conseguir andar, ir ao banheiro, tomar banho. As enfermeiras me davam banho na maca e eu urinava pela sonda. Foram os 18 dias no hospital", lembra. De acordo com Renato, foi possível combater a bactéria que tinha causado a infecção. "Eu consegui voltar a andar aos poucos, fui para casa. Depois de alguns meses, a pele retirada se regenerou, e hoje eu estou bem, estou saudável, recuperado. Agora é fazer a cirurgia de reconstrução". O que é Síndrome de Fournier? Renato de Sá, abraça a enfermeira após de receber alta, depois de 18 dias internado, no Hospital de Base de Brasília Arquivo pessoal A Síndrome de Fournier é uma infecção rara e grave que atinge a região genital e acomete especialmente os homens. É uma doença causada por bactérias que penetram os tecidos moles do períneo (região entre o pênis e o ânus), provocando necrose (morte) desses tecidos. Por esse motivo, a doença também é conhecida como gangrena sinérgica, gangrena de Fournier ou fascite necrosante perineal. Os principais sintomas da Síndrome de Fournier incluem: Dor súbita e intensa na região genital; Vermelhidão, inchaço e sensibilidade na pele; Febre; Calafrios; Náuseas e vômitos; Mau cheiro local; Saída de pus pela pele; Queda do estado geral de saúde do paciente. As principais causas de contaminação são: Traumas na região; Pacientes portadores de diabetes mellitus; Pacientes imunossuprimidos; Falta de higiene íntima; Infecção urinária; Picada de inseto na região; Presença de sondas urinárias na bexiga. O diagnóstico da Síndrome de Fournier é feito por meio de exame físico/clínico e complementado por exames laboratoriais, como exames de sangue e culturas de tecido (realizado com uma amostra para detectar a presença de bactérias), além de exames de imagem como ultrassom, tomografia ou ressonância. A Síndrome de Fournier tem cura, mas o tratamento deve ser iniciado quanto antes para evitar complicações graves, como infecção generalizada (também chamada de sepse). O tratamento é feito utilizando antibióticos, cirurgia e cuidados intensivos. A cirurgia é necessária para remover todo o tecido necrosado e prevenir a propagação da infecção – em geral, a retirada é bem ampla e agressiva. Já os antibióticos são ministrados via oral ou intravenosa, a depender do grau de comprometimento da saúde do paciente. LEIA TAMBÉM: SÍNDROME DE FOURNIER: Jovem do DF se prepara para 3ª cirurgia após síndrome rara que causa necrose na região genital INTERNADO NO HAFAUS: Jabuti é o primeiro animal silvestre resgatado de queimadas em Brasília neste ano Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/07/30/jovem-do-df-diagnosticado-com-sindrome-que-causa-necrose-na-regiao-genital-ja-tem-data-para-cirurgia.ghtml


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