'Operações tradicionais', diz presidente afastado do BRB sobre negociações com Master

  • 19/11/2025
(Foto: Reprodução)
Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão O presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, se manifestou na manhã desta quarta-feira (19) sobre a decisão judicial que culminou no seu afastamento. A decisão aconteceu no âmbito de operação da Polícia Federal, que mirou dirigentes do BRB e do Banco Master. Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. A PF investiga a venda de títulos de crédito falsos, que o Banco Master é suspeito de ter emitido durante as negociações de venda para o BRB. Em nota enviada à TV Globo, um dia após seu afastamento, Paulo Henrique Costa declarou que "aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro" (leia a nota na íntegra no final da reportagem): "Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras", disse Paulo Henrique Costa. "Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com [sic] revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição", completou. Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília As investigações A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam que o esquema de venda de títulos de crédito falsos pode ter causado prejuízos ao BRB, e colocado em risco a saúde do sistema financeiro nacional. A decisão obtida pela TV Globo informa que o BRB injetou R$ 16,7 bilhões no Master entre 2024 e 2025. Desse valor, pelo menos R$ 12,2 bilhões envolvem operações em que há fortes indícios de fraude. Para se ter ideia, ainda de acordo com o documento, o BRB só poderia "se expor" (ou seja, colocar ativos sob risco) em cerca de R$ 753 milhões com um único cliente – o valor repassado ao Banco Master foi mais de 20 vezes maior que o permitido. Sede do Banco de Brasília (BRB) TV Globo O juiz Ricardo Leite, que assina a decisão, destaca ainda que podem ter sido adotados "procedimentos escusos pela gestão do BRB para viabilizar e promover a liquidez do Banco Master". Em linhas gerais, segundo as investigações: O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs, um tipo de título financeiro) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro. Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte do dinheiro dos CDBs em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno. O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB – que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master. Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master – e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF. 👉 Os investigadores ainda apuram "as razões pelas quais o BRB desconsiderou irregularidades graves nas operações". Novo nome para o BRB Ainda na terça (18), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), indicou Celso Eloi de Souza Cavalhero para assumir a presidência do BRB. Celso Eloi é servidor da Caixa Econômica Federal e desde 2020 ocupa o cargo de Superintendente Executivo, em Brasília. Ao g1 nesta quarta-feira (19), o novo presidente indicado informou que já está realizando os trâmites para assumir o Banco de Brasília. ➡️ Entenda passo a passo para o novo nome assumir a presidência do BRB Celso Eloi será indicado por Ibaneis Rocha para assumir BRB reprodução/linkedin O que diz Paulo Henrique Costa "Diante dos acontecimentos desta terça-feira (18), que envolvem operações da Polícia Federal, venho a público manifestar que: • Toda investigação conduzida pelas autoridades competentes é legítima, necessária e positiva para o fortalecimento das instituições e para assegurar a transparência no sistema financeiro. É fundamental atuar com transparência e dentro da mais estrita legalidade em todas as esferas da administração pública. • Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras. • Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição. Reitero meu compromisso de cooperar integralmente com as autoridades e de disponibilizar todas as informações necessárias para o completo esclarecimento dos fatos. Zelo pela transparência e pela legalidade em todas as minhas ações e confio que a apuração trará os devidos esclarecimentos." LEIA TAMBÉM: OPERAÇÃO DE VENDA: Relembre a tentativa do BRB de comprar o Banco Master 'PURA CAMARADAGEM': como aporte de R$ 16,7 bilhões no Banco Master pode ter prejudicado contas do BRB Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/11/19/operacoes-tradicionais-diz-presidente-afastado-do-brb-sobre-negociacoes-com-master.ghtml


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