Relembre a tentativa do BRB de comprar o Banco Master
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Alvos de operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (18), o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo e o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso.
A operação deflagrada foi a Compliance Zero, que mira a venda de títulos de crédito falsos.
Ela aconteceu horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master.
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Antes do anúncio do grupo árabe, o BRB já havia tentado adquirir o Master.
As tratativas entre as duas instituições começaram em março, mas a negociação foi barrada pela diretoria colegiada do Banco Central.
A venda acabou desencadeando investigações e disputas judiciais.
Relembre as tratativas entre os dois bancos
Entenda por que o Banco Central rejeitou a venda do Master para o BRB
Anúncio da compra
Em março de 2025, o conselho do Banco BRB aprovou a compra de 58% do capital do Banco Master, valor estimado em R$ 2 bilhões.
O acordo previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo Governo do Distrito Federal (GDF), adquirisse:
49% das ações ordinárias
100% das preferenciais e
58% do capital total do Master.
Agências do Banco Master e do Banco de Brasília
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Operação questionada
A operação era vista como um alívio para o Banco Master, comandado por Daniel Vorcaro e conhecido pelo alto custo de captação. Por outro lado, virou alvo de questionamentos de órgãos de controle.
Em abril o Ministério Público do DF solicitou esclarecimentos sobre as condições de compra e venda de ações. O órgão abriu ainda duas apurações para verificar indícios de crime na operação.
O Ministério Público de Contas do DF pediu acesso integral ao processo administrativo da aquisição de participação no Banco Master.
Em maio, o Tribunal de Justiça do DF barrou a assinatura do contrato. Poucos dias depois, a Justiça derrubou decisão que proibia o BRB, um banco público, de assinar o contrato definitivo de compra do Banco Master.
Cade aprova a compra
No mês seguinte, em maio, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a operação sem impor restrições.
Apesar do aval, a conclusão da compra ainda dependia da autorização do Banco Central para ser concluída.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal também chegou a aprovar uma lei autorizando a compra. A proposta foi sancionada em tempo recorde pelo governador Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Banco Central reprova compra
Em setembro, o Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília. A reprovação pelo BC foi anunciada após mais de cinco meses de análise, embora a autoridade monetária ainda tivesse quase um ano de prazo para concluir a avaliação da operação.
O documento obtido pelo g1 revela que a decisão foi tomada de forma unânime, sem divergências entre os membros do órgão máximo do Banco Central.
Segundo a decisão, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários para a autorização.
Mais especificamente: o BC avaliou que os documentos da compra deixaram dúvidas sobre a "viabilidade econômico-financeira do empreendimento".
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O Banco BRB
Edifício sede do Banco BRB
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O Banco de Brasília S.A. (BRB) é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
Ele foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal.
Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%).
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